O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Viveremos sempre — Familiares diversos


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Celso Ayres Pinheiro

COMENTÁRIOS


Celso, após ter conquistado o que mais desejava na vida, ser ator de teatro, completou o seu curso e, muito feliz; acertou uma viagem ao Rio de Janeiro para sindicalizar-se e colocar em prática o seu aprendizado.

Completar-se na sua vocação.

Muito afeiçoado à sua irmã Tânia que o apoiava nas suas intenções, através de uma amiga na cidade maravilhosa, consegue-lhe acomodações em um apartamento vago de propriedade de um amigo dessa companheira.

Lá chegando, acomodou-se rapidamente.

Apesar de ter recebido convite para ficar em companhia dessa amiga, preferiu ficar sozinho no apartamento.

Procurou banhar-se, no chuveiro a gás, desconhecendo provavelmente o seu funcionamento. Abriu a torneira, ligou o gás e não acendeu o bico, deixando-o aberto. Sem perceber, envolvido e intoxicado, cai desacordado, desencarnando em seguida.

Esta amiga, depois de dois dias, estranhando a falta de notícias de Celso, preocupada, procurou visitá-lo, encontrando-o no banheiro com a água a lhe cair sobre o corpo.

Esta situação era desesperadora e, para amenizá-la, Dona Judith passou a frequentar quase que diariamente a Escola de Teatro, no Bairro da Liberdade em São Paulo, porque lá sentia-se mais perto de seu filho.

Célia Helena, professora que fora de Celso, compadecida daquela situação, convida Dona Juditti para ir até a Federação Espírita do Estado de São Paulo, e recomendou-lhe que frequentasse um Centro de sua confiança, apresentando-a a pessoa amiga.

Neste contato com a Doutrina Espírita, começa a entender. Suscita-lhe a vontade de ir a Chico Xavier, e assim o fez por várias vezes.

Em certa ocasião, em companhia do Sr. Orlando Moreno, do IDEAL — Instituto de Divulgação Editora André Luiz, viaja mais uma vez para Uberaba e nesse dia a misericórdia de Jesus a abençoa com a mensagem de seu filho, escrevendo com palavras esclarecedoras sobre o acontecido, tranquilizando-a e criando-lhe novas esperanças.


MENSAGEM DE CELSO


1 Querida mãezinha Judith e querido papai Antenor, estamos reunidos na mesma certeza de presença e de amor. Certo de que me abençoam, peço-lhes me perdoem este noticiário inexpressivo.

2 Reconheço que as circunstâncias de minha despedida de nossa vivência familiar foram efetivamente as mais estranhas.

3 Depois do que me sucedeu, tive a impressão de que a própria existência na Terra é uma representação artística habilmente preparada por aqueles que se fazem agentes das Leis Divinas junto de nós no mundo habitual.

4 Imaginem que quando a nossa Tânia me conseguiu a gentileza do empréstimo de um apartamento vazio, pertencente a um amigo, a fim de que a minha presença na cidade grande fosse facilitada, eu não poderia supor que estava recebendo a chave de minha própria transformação.

5 Demandei o lugar em que se me faria a matrícula no reino dos atores consagrados, com a minha esperança de menino e moço quase ingênuo, com a assistência da nossa estimada professora Célia Helena, e não sei porque os meus sonhos de trabalhar no palco ou na televisão começavam a me esquentar a cabeça…

6 Cheguei ao apartamento vago, tomado de inexprimível alegria, entretanto, sem qualquer instrução prévia, procurei o banho restaurativo, antes de entrar em contato com o novo ambiente, mas, inexperiente e desinformado, abri a sós o bico do gás, que se derramou envolvente e caí desacordado no próprio banheiro em que me achava…

7 Aquilo, porém, não era sono, foi a desencarnação que me desligou prontamente do corpo físico.

8 Minhas fantasias de rapaz terminavam em tragédia, porque a morte não estava absolutamente em minhas cogitações.

9 Somente mais tarde vim a saber, por meu avô Belarmino e por minha avó Maria Júlia, que por muitas horas o chuveiro bafejava com água farta o meu veículo inerme.

10 A dor dos pais queridos e dos irmãos se fez igualmente minha, e recebi o acontecimento por instrução da vida que me assinalava um papel tão curto em nossa família, quando esperava de minha parte um tempo longo que não chegaria a me pertencer.

11 Mãezinha Judith, peço dizer à nossa Tânia e à nossa professora Célia, para que não se impressionem negativamente com o acontecido. Tudo o que se faz ocorrência em nossa vida tem um motivo que nem sempre descobrimos de imediato…

12 Por isso, aguardo novas lições da vida, para deslindar o porque de meu súbito regresso à Vida Espiritual.

13 Tudo agora vai seguindo bem e agradeço a todos o carinho que me dedicaram, amparando-me com os melhores pensamentos e com a luz de abençoadas orações que se erigiram em grande apoio em meu favor.

14 Envio muitas lembranças aos irmãos queridos e pedindo-lhe, querida mamãe, para cessarmos as nossas lágrimas, de maneira a apaziguar o nosso íntimo na fé em Deus, reúno o seu amoroso coração e o papai Antenor no grande abraço de muitas saudades e gratidão de quem se considera e se considerará sempre o filho e companheiro reconhecido.


Celso Ayres Pinheiro


ESCLARECIMENTOS


Celso Ayres Pinheiro: Nascimento: 05 de fevereiro de 1963. Desencarnação: 11 de fevereiro de 1982. Idade: 19 anos.

Pais: Antenor Ayres Pinheiro e Judith Marins Pinheiro — Rua Batalhão Piratininga, 226. São Bernardo do Campo. SP.

Irmã — Tânia Ayres Pinheiro.

Avô— Belarmine Ayres Pinheiro, paterno, desencarnado aos 70 anos.

Avó — Maria Júlia Freire Marins, desencarnada em 18.11.1972, materna.

Amiga: Célia Helena, professora de teatro, que lhe ministrou as aulas.


Rubens S. Germinhasi


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