O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

Índice | Página inicial | Continuar

Verdade e amor — Autores diversos


Capítulo 20


Dedicação n

(Ao “Aliança do Divino Pastor” — Orientação ao Grupo Espírita)

Pedro Leopoldo (MG)


1 Irmãos do “Aliança”, que o Divino Pastor nos guie, através do grande caminho do soerguimento e da redenção.

2 Convosco, seguem vanguardeiros da luz que se apoiam no campo de vossa boa vontade, para a realização do trabalho santificante do Cristo e que poderíamos nós outros desejar-vos, senão mais ampla vitória com a Esfera Superior?

3 O Espiritismo com Jesus é ciência divina de aperfeiçoamento da unidade a refletir-se na melhoria do todo.

4 Enquanto outras escolas de fé se vangloriam com preceitos espetaculares, baseados na afirmativa humana ou na representação convencionalista da inteligência encarnada na Terra, os aprendizes do Senhor palmilham a senda escabrosa do sacrifício e do burilamento pessoal aperfeiçoando-se ao Mestre que escolheram por supremo condutor de seus destinos.

5 Continuemos, assim, de mãos entrelaçadas, em torno do Caminho, da Verdade e da Vida, porque a expressão fenomênica, em si, não passa de antiga campainha de alarme, soando em vários diapasões, para despertar as consciências adormecidas.

6 Nesse capítulo, encontraremos sempre um Espiritismo de aspectos multifários, em cujas categorias se demoram classes compactas de estudantes da revelação, indagando, investigando, experimentando ou reconfortando-se. Para onde se volte nossa pesquisa puramente intelectual, seremos defrontados, invariavelmente, pela resposta aos nossos próprios desejos. 7 Por isto mesmo, é fácil esquecer as lições salvadoras da subida áspera, que nos convocam o espírito às claridades dos cimos, para repousarmos, indebitamente sob o fascínio de quadros vivos iguais àqueles em que nos movimentamos, dentro da insipiência de nossos conhecimentos relativos, anulando-se-nos a coragem de escalar a montanha da sabedoria e do amor, em cuja eminência nos aguardam novos roteiros iluminativos, com referência à nossa ascensão legítima na imortalidade. 8 Necessário, portanto, desconfiar de todas as posições em que a nossa capacidade de lutar e servir, aprender e melhorar, se demore anestesiada pelo elixir do menor esforço.

9 Não basta organizar o intercâmbio comum entre os dois Planos — o dos encarnados e o dos desencarnados — nem positivar simplesmente a sobrevivência individual do homem, além da morte, sem qualquer atividade digna por sublimar-lhe a personalidade. Imprescindível eleger um padrão luminoso que nos descortine a meta e nos oriente as tarefas, conjugando-as no sentido da perfeição. 10 E esse padrão temo-lo, nós outros, no Cristo Vivo e Soberano, que deve legislar no reino de nossas almas, antes de estender o seu domínio de amor ao vasto império de nossos interesses e aspirações do círculo isolado. Abramos o santuário de nosso espírito ao Senhor, para que os seus sublimes desígnios prevaleçam em nossas experiências.

11 Longa é, ainda, a jornada para o Alto e laboriosa ser-nos-á a marcha evolutiva, em favor da dilatação da nossa capacidade receptora, à frente do Celeste Doador de todas as Bênçãos.

12 Cristianizar nossos pensamentos, palavras e obras que representam o plano tríplice de nossa influenciação direta e indireta sobre os outros, é construção inadiável, sem a qual nossos melhores propósitos são ameaçados nos fundamentos. 13 Não é difícil monumentalizar a virtude na Terra, dando-lhe corpo adequado nos patrimônios materiais; entretanto, ambientá-la, dentro de nós mesmos, para que a sua claridade bendita se irradie a benefício de todos, é apostolado sacrificial, dentro do qual porém cooperaremos no reerguimento do mundo sob a égide do Cristo, que continua confiando em nós todos, tanto quanto o oleiro não descrê das possibilidades da argila ainda sem forma.

14 Ante as oportunidades benditas que vos confere a existência carnal, não descanseis, meus amigos, no ministério de elevação.

15 Melhorar, buscando a inspiração dos corações mais sábios e mais amorosos que os nossos, a fim de servirmos com mais eficiência e segurança àqueles que ainda se encontram menos esclarecidos e menos sensíveis ao amor, que nós mesmos, é, sobretudo, o trabalho mais imediato, a fim de que o nosso concurso evangélico não se confine aos círculos brilhantes da palavra fantasiosa.

16 Vós que tivestes a felicidade da arregimentação sob a bandeira de luz do Evangelho do Senhor, segui-lhe os exemplos, as atitudes e os passos. 17 Jesus continua nascendo na manjedoura dos corações que se fazem simples e confiantes na fé viva, curando, através das mãos que o procuram sedentas de caridade, e resplandecendo no Tabor das almas elevadas e nobres que se dirigem para os montes do bem e da luz, a fim de respirarem e viver. 18 Mas prossegue também ensinando a arte divina da ressurreição pela Cruz, que, através de todos os tamanhos e feitios, espera, por enquanto, aqueles que se decidem, realmente, pela Vida Triunfante.

19 Assim, pois, irmãos queridos, caminhai ajudando, ensinai distribuindo com os emissários celestes e confiai na Justiça e na Bondade que nos regem as ações de ângulos superiores à estrada terrestre.

20 Rendamos graças ao Pai pelo banquete de bênção com que nos brinda, sempre, a sede de engrandecimento, e façamos pela nossa dedicação a vida melhor na Terra que ainda aguarda a vitória do Reino de Deus.

21 Entreguemos nossos corações e ideais ao Senhor da Verdade e que nossas mãos e nosso verbo se convertam em instrumentos leais d’Ele, em todos os lugares, climas e situações, são os votos do amigo e servo humilde.


Emmanuel



[1] Vide nota sobre o título da mensagem original, publicada em 1952 pela LAKE e é a 39ª lição da 1ª Parte do livro “Cartas do Coração.” — Esse capítulo foi restaurado: Texto do livro impresso.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

Abrir