O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Sementeira de luz — Mensagens familiares do Prof. Arthur Joviano (Neio Lúcio) e outros


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A fé no futuro é a saúde do espírito

28|02|1945


1 Meus caros filhos e meus amigos, Deus nos ajude a todos para que saibamos conservar as Suas bênçãos divinas.

2 Antes de tudo, Maria, quero visitá-la de novo, em particular, pelo êxito de seu tratamento. Estivemos preocupados em vista da região ofendida, mas, com a graça de Jesus, você melhorou rapidamente, colocando-se fora de quaisquer consequências desagradáveis. Tudo transcorreu pela melhor maneira e, agora, ao invés de pomadas, aconselhamos a você a aplicação de algumas compressas de água quente com linhaça. Basta fazer isto em dois dias: tratamento dia sim, dia não, para desintoxicar os tecidos. Felizmente, assinalamos o seu restabelecimento com grande satisfação! Que Jesus conserve a sua saúde, minha filha, dando-lhe harmonia orgânica, coragem espiritual e alegria de viver.

3 Agora, meu caro Rômulo, vamos ao caso do nosso Roberto. Muitas foram as nossas intercessões para que ele conseguisse os “louros da passagem”, não somente de nossa parte, mas muito especialmente assinalo o esforço de cooperação do seu devotamento paterno. É verdade que a “segunda época” não foi propícia ao meu neto, mas as nossas expressões intercessórias não se perderam. Roberto recebeu-as como novos elementos de renovação de ideal. A fé no futuro é a saúde do espírito. E ele renovou a fé na realização do porvir.

4 Um ensinamento valioso, Roberto, você colheu na experiência laboriosa do 1944. Refiro-me à questão do professor. Eu conheço a extensão de seus motivos particulares para emitir uma apreciação sincera e sei que seu argumento não é destituído de razão, mas peço a você, meu caro neto, muita paciência e tolerância. Não abra luta, mesmo silenciosa, com os que forem chamados à responsabilidade de ensinar no campo educativo. Nem todos os professores estão à altura da missão que recebem, entretanto, meu filho, mesmo para com esses devemos cultivar o melhor espírito de entendimento e afabilidade, quando não seja para com as pessoas, deveremos guardar semelhante atitude para com a posição a que foram chamados. 5 Como homens no mundo não podemos, é certo, reverenciar todos os que dirigem as lutas do progresso no setor da personalidade, mas devemos rigoroso respeito aos princípios. Eu sei que você não faltou à veneração para com os valores justos e reconheço que as suas palavras de análise obedecem a observações criteriosas e incontestáveis. No entanto, não é útil despertarmos nos outros os elementos inferiores de que são mensageiros. Convém que prossigamos carregando seus fardos, até que a própria vida, em nome de Deus, se incumba de destruí-los. O seu professor não demonstrou compreensão, mas não espere pelo entendimento dele. Procure compreendê-lo sem bajulação, na atitude digna da mocidade que conhece o próprio rumo. 6 Todos nós, quando atravessamos a juventude terrestre, costumamos ser ardorosos e apaixonados. Abusamos da saúde e da força, da confiança e das situações. Sei, por experiência própria, o que acontece presentemente a você. Mas, meu filho, o poder é grande coisa, mas o saber é melhor e maior! Tenha muita calma e serenidade. Acima de sua possibilidade, que é incontestável, coloque a sabedoria, que é prudente. Às vezes, é preciso usar o silêncio em grande escala para que a verdade fale de si mesma. 7 Não argumente com os professores, além do que seja estritamente necessário, porque sempre é preciso dizer alguma coisa. E no setor das conversações não perca a sua harmonia verbal, ainda mesmo que os companheiros entusiastas se derramem através de afirmações categóricas para eles, mas menos acordes com a realidade da luta. 8 Ainda agora, em que se processam tantas renovações sociais, observa-se que os jovens das escolas superiores oferecem mão forte às discussões. Fuja delas, meu filho! Temos realizações a fazer e não contendas para perder. A luta de todo homem é grande, quando o homem sabe vivê-la. Poder atravessá-las todos podem. Senti-las e aproveitá-las é prerrogativa de alguns. Sinta intensamente o seu programa e ponha-o em prática. Você, resumindo, ganhou muitíssimo com a perda aparente. O que você perdeu no exterior lucrou no íntimo, e esperamos que você aproveite a experiência no máximo. 9 Quanto ao mais, meu filho, não se desanime. Seus pais sabem consagrar ao seu coração o melhor tesouro que possuem — o do amor verdadeiro e imortal —, e naturalmente, quanto acontece comigo, esperam de seu esforço a correspondência fiel. Você está iniciando a construção das lutas mais sérias, prepara-se a edificações mais elevadas e todos nós partilhamos sua esperança. Você é o nosso viajante, que saiu a caminho de um porto maravilhoso e cada aventura, cada experiência de seu coração em viagem nos toca de muito perto. 10 O que sucedeu agora foi uma ventania forte, trazida talvez com funções de atordoar o seu objetivo e o seu ideal, mas passou a tormenta e a jornada prossegue. Dia virá em que o veremos, em plena segurança, na praia, que colocará seu espírito em contato com o infinito continente de suas iniciativas e edificações próprias. Apenas recomendamos a você, para seu próprio benefício, muito cuidado com as ondas traiçoeiras do mar, cheio de rochedos pontiagudos e sereias cantantes, conforme a velha simbologia. Estamos, porém, possuídos da mais bela esperança. Não se desanime, meu filho, e vamos lutar.

11 Estão presentes diversos amigos nossos, que saúdam a todos por meu intermédio. Que o Senhor conceda a todos nós a continuação desta paz e desta confiança viva de hoje. Guardem a fé e seremos felizes para sempre.

12 Nossa irmã Engrácia está ao lado de nossa irmã Júlia, pedindo a Jesus pela sua felicidade pessoal. O Joviano, igualmente, Rômulo, veio hoje em companhia de Mariquinhas e deixa-lhes afetuosas lembranças.

13 Pedindo a bênção divina para todos nós, despede-se, com um grande e afetuoso abraço, o papai, vovô e amigo de sempre,


A. Joviano


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