O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Retratos da vida — Cornélio Pires


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Ofensa e ressentimento

1 Você deseja de nós
Meu caro Luiz Sarmento,
Alguma fala qualquer,
Em torno ao ressentimento.


2 Diz você: “cá neste mundo
Não sei como me exprimir,
Se não aprendo, não sinto,
Se aprendo, devo sentir.


3 “Se recebo alguma ofensa,
Zombaria ou pescoção,
Se nada disso me fere
Como guardar a lição?”


4 Sua palavra bem feita
Lançando o assunto no ar,
Dá muita filosofia,
Muita cousa que pensar…


5 Em toda questão de ofensa,
É necessário se insista:
Pede a vida que se mude,
O nosso ponto de vista.


6 Quem é aquele que ofende?
Às vezes é um pobre louco…
De outras vezes, um doente
Que enlouquece pouco a pouco.


7 De que modo condenar
Quando me cabe entender,
Se todos somos no mundo
Capazes de adoecer?


8 Por isto, ressentimento
Dos enganos que se leva,
Quando embutido no peito,
Lembra um novelo de treva.


9 O ponto grave na ofensa
Está sempre na pessoa,
Que condena e se lastima,
Que se arrasa e não perdoa.


10 Surge a mágoa… Leve sombra
Numa estranha formação,
Depois recorda serpente
Por dentro do coração.


11 Faz tristeza, inimizade,
Vida irritada e insegura,
Discórdia, injúria, sarcasmo,
Separação, amargura…


12 Quem guarda ressentimento,
Note bem, veja você:
Coloca o mal no que sabe,
Veneno em tudo o que vê.


13 Ressentimento onde esteja
Traz sempre como é notório,
Muita doença imprevista,
Muita ficha em sanatório.


14 Se você sofreu ofensa,
Lembre o perdão de Jesus,
Quem se ofende ajunta sombras,
Quem perdoa tem mais luz.


15 Contra alguém, seja quem for,
Que nunca se erga a voz,
A justiça vem de Deus,
O agravo é que vem de nós.


16 Mesmo entre pedras e lutas,
O amor trabalha e auxilia…
O tempo emenda a nós todos,
Cada qual tem o seu dia.


Cornélio Pires


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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