O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Poetas redivivos — Autores diversos


91 n


Maria Boneca

(Versos dedicados à dama feudal que abraçamos por devotada amiga, há três séculos, e que hoje expia, na via pública, sob a alcunha de Maria Boneca, o delito de haver exterminado o filho jovem que lhe estorvava a existência de irresponsabilidade e prazer.)


  1 Reencontrei-te, por fim, esmolando na rua.

  Nada recorda em ti a dama do castelo.

  Lembro-me!… Dás à fossa o filho louro e belo,

  Esqueces, gozas, ris… E a festa continua…


  2 Depois, a morte vem… A memória recua…

  Escutas em ti mesma o trágico libelo,

  Choras, nasces de novo e trazes por flagelo

  A sede de ser mãe que a demência acentua!…


  3 Como dói ver-te agora os tristes olhos baços!

  Guardas, louca de amor, um boneco nos braços,

  Em torno, há quem te apupe a trilha merencória…


  4 Mas bendize, senhora, a lei piedosa e austera,

  Alguém vela por ti: o filho que te espera

  E há-de levar-te aos Céus em cânticos de glória!…


Epiphanio Leite


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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