O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Lira imortal — Autores diversos n


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O santo de Assis

1 No suave mistério dos espaços,
“Santa Maria dos Anjos” ainda existe,
Com a mesma luz divina dos seus traços,
Glorificando as dores da alma triste,
Repartindo a Virtude, a Graça e os Dons
Que a palavra divina do Cordeiro
Prometeu aos pacíficos e aos bons
Do mundo inteiro…


2 Uma nova Porciúncula, dourada
Pelos astros de mística alvorada,
Aí se rejubila,
Sob a paz de Jesus, terna e tranquila,
Derramando no Além ignorado
Os sonhos de Virtude e Perfeição
Daquela mesma Umbria do passado
Cheia de encantamento e de oração.


3 À luz dos sóis da etérea natureza,
Numa doce e ideal Eucaristia,
No seu manto de amor e de alegria,
Inda abre os braços para os pecadores…
O Esposo da Pobreza,


4 “Irmão Sol, irmãos Anjos, irmãs Flores,
Não nos cansemos de glorificar
A caridade imensa do Senhor,
Sua sabedoria e seu amor,
Procurando salvar
Os nossos irmãos Homens, mergulhados
Entre as noites sombrias dos Pecados!…”


5 E à voz suave e dúlcida do Santo,
A Terra escura e triste se povoa
De anjos de amor que enxugam todo o pranto
E que levam consigo
Todo o consolo amigo
Da Esperança no Céu, singela e boa…
Das paragens etéreas,
Da sua ideal igreja,
São Francisco de Assis abraça e beija
O homem que sofre todas as misérias,
Amparando-lhe a alma combalida
Nos desertos de lágrimas da Vida
E o conduz
Ao regaço divino de Jesus!…


6 Santo de Assis, divino “apoverello”,
Nas amarguras do meu pesadelo
De vaidade do mundo que devasta
Todo o bem, vi tua luz singela e casta
Beijando as minhas lepras asquerosas…
Uma chuva de lírios e de rosas
Lavou-me o coração de pecador
E guardei, para sempre, o teu amor.
Santo de Assis, Irmão da Caridade,
Que me curaste as lepras e a cegueira,
Depois da morte, à luz da Imensidade,
Quero ainda abençoar-te a vida inteira…


Augusto de Lima


7/6/1937.


Texto extraído da 2ª edição desse livro.

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