O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Leis de amor — Emmanuel — F. C. Xavier / Waldo Vieira


VI


Consequências do passado

1 — Como podemos compreender os resultados de nossas existências anteriores?

Para compreender os resultados das existências anteriores, basta que o homem observe as próprias tendências, oportunidades, lutas e provas.


2 — Como entender, na essência, as dívidas ou vantagens que trazemos de existências passadas?

Estudos que efetuamos corretamente, ainda que terminados há longo tempo, asseguram-nos títulos profissionais respeitáveis. Faltas praticadas deixam azeda sucata de dores na consciência, pedindo reparação. Se plantamos preciosa árvore, desde muito, é natural venhamos a surpreendê-la, carregada de utilidades e frutos para os outros e para nós. Se nos empenhamos num débito, é justo suportemos a preocupação de pagar.


3 — Qual a lição que as horas nos ensinam?

Meditemos a simples lição das horas.

Comumente, durante a noite, o homem repousa e dorme; em sobrevindo a manhã, desperta e levanta-se com os bens ou com os males que haja procurado para si mesmo, no transcurso da véspera.

Assim, a vida e a morte, na lei da reencarnação que rege o destino.


4 — Qual a situação moral da alma no túmulo e no berço?

No túmulo, a alma, ainda vinculada ao crescimento evolutivo, entra na posse das alegrias e das dores que amontoou sobre a própria cabeça; no berço, acorda e retoma o arado da experiência, nos créditos que lhe cabe desenvolver e nos débitos que está compelida a resgatar.


5 — Em síntese, onde permanece, espiritualmente, a criatura reencarnada?

Cada criatura reencarnada permanece nas derivantes de tudo o que fez consigo e com o próximo.


6 — Qual a explicação lógica das enfermidades congênitas?

Os grandes delitos operam na alma estados indefiníveis de angústia e choque, daí nascendo a explicação lógica das enfermidades congênitas, às vezes inabordáveis a qualquer tratamento.


7 — O que ocorre aos suicidas nas vidas ulteriores?

Suicidas que estouraram o crânio ou que se entregaram a enforcamento, depois de prolongados suplícios, nas regiões purgatoriais, frequentemente, após diversos tentames frustrados de renascimento, readquirem o corpo de carne, mas transportam nele as deficiências do corpo espiritual, cuja harmonia desajustaram. Nessa fase, exibem cérebros retardados ou moléstias nervosas obscuras.


8 — E os protagonistas de tragédias passionais?

Protagonistas de tragédias passionais, violentas e obscuras, criminosos de guerra, aproveitadores de lutas civis, que manejam a desordem para acobertar interesses escusos, exploradores do sofrimento humano, caluniadores, empreiteiros do aborto e da devassidão e malfeitores outros, que a justiça do mundo não conseguiu cadastrar, voltam à reencarnação em tribulações compatíveis com os débitos que assumiram e, muitas vezes, junto das próprias vítimas, sob o mesmo teto, marcados por idênticos laços consanguíneos, tolerando-se mutuamente, até a solução dos enigmas que criaram contra si mesmos, atentos ao reequilíbrio de que se veem necessitados; ou sofrem a pena do resgate preciso em desastres dolorosos, integrando os quadros inquietantes dos acidentes em que se desdobra o resgate do Espírito reencarnado, seja nos transes individuais ou nas provações coletivas.


9 — E aos cúmplices de erros e enganos?

As grandes dificuldades não caem exclusivamente sobre os suicidas e homicidas comuns. Quantos se fizeram instrumentos diretos ou indiretos das resoluções infelizes que adotaram são impelidos a recebê-los nos próprios braços, ofertando-lhes o recinto doméstico por oficina de regeneração.


10 — O que ocorre àqueles que provocaram o suicídio de alguém?

Se levianamente provocamos o suicídio de alguém, é possível que tenhamos esse mesmo alguém, muito breve, na condição de um filho-problema ou de um familiar padecente, requisitando-nos auxílio, na medida das responsabilidades que assumimos, na falência a que se arrojou.


11 — Que acontece aos que impelem o próximo à falência moral?

Se instilamos viciação e criminalidade em companheiros do caminho, asfixiando-lhes as melhores esperanças na desencarnação prematura, é certo que se corporificarão, de novo na Terra, ao nosso lado, a fim de que lhes prestemos concurso imprescindível à reeducação, na pauta dos compromissos a que nos enredamos, ao precipitá-los nos enganos terríveis de que buscam desvencilhar-se, abatidos e desditosos.

Nas mesmas circunstâncias, carreamos em nós, enraizados nas forças profundas da mente, os bens ou os males que cultivamos.


12 — E o que ocorre aos desencarnados que malbarataram os tesouros da emoção e da ideia?

Quando desencarnados, não fugimos à regra.

Se malbaratamos os tesouros das emoções e dos pensamentos na Terra, deambulamos nas Esferas espirituais por doentes da alma, que a perturbação ensandece, fadados a reaparecer no Plano carnal com as enfermidades consequentes, a se entranharem nos tecidos orgânicos que nos compõem a vestimenta física.


13 — E àqueles que se entregam aos desequilíbrios do sexo?

Nessas condições, o porvir esboça-se nebuloso, apontando-nos graves lições de refazimento e resgate.

Se abraçamos desequilíbrios de sexo, agravados com padecimentos alheios por nossa conta, aguentamos inibições genésicas, muitas vezes, com o cansaço precoce e a distrofia muscular, a epilepsia ou o câncer, de permeio.


14 — E àqueles que perpetram crimes?

Se perpetramos crimes na pessoa dos nossos semelhantes, eis-nos à frente de mutilações dolorosas.


15 — E àqueles que se entregam às extravagâncias da mesa?

Se nos entregamos a extravagâncias da mesa, arcamos com ulcerações e gastralgias que persistem tanto tempo quanto se nos perdurem as alterações do veículo espiritual.


16 — E àqueles que se afeiçoam ao alcoolismo?

Se nos afeiçoávamos ao alcoolismo ou ao abuso de entorpecentes, somos induzidos à loucura ou à idiotia.


17 — E àqueles que se empenham em delitos de maledicência e calúnia?

Se nos empenhamos em delitos de maledicência e calúnia, atravessamos vastos períodos de surdez ou mudez, precedidas ou seguidas por distonias correlatas.


18 — As consequências de nossos erros se verificam apenas na forma de doenças comuns?

E, além de todas essas desarmonias, é preciso contar com as probabilidades da obsessão, porquanto, cada vez que ofendemos aos que nos partilham a marcha, atraímos, em prejuízo próprio, as vibrações de revolta ou desespero daqueles que se categorizam por vítimas de nossas ações impensadas.


19 — Qual deve ser a nossa atitude perante as provas da vida?

Diante das provas inquietantes que se demoram conosco, aprendamos a refletir, para auxiliar, melhorar, amparar e servir aqueles que nos cercam.


20 — Quais as relações entre o presente, o passado e o futuro?

Todos estamos no presente, com o ensejo de construir o futuro, mas envolvidos nas consequências do passado que nos é próprio. Isso porque tudo aquilo que a criatura semeie, isso mesmo colherá.


Emmanuel




QUESTIONÁRIO

1. — Como podemos compreender os resultados de nossas existências anteriores?
2. — Como entender, na essência, as dívidas ou vantagens que trazemos de existências passadas?
3. — Qual a lição que as horas nos ensinam?
4. — Qual a situação moral da alma no túmulo e no berço?
5. — Em síntese, onde permanece, espiritualmente, a criatura reencarnada?
6. — Qual a explicação lógica das enfermidades congênitas?
7. — O que ocorro aos suicidas nas vidas ulteriores?
8. — E aos protagonistas de tragédias passionais?
9. — E aos cúmplices de erros e enganos?
10. — O que ocorre àqueles que provocaram o suicídio de alguém?
11. — Que acontece aos que impelem o próximo à falência moral?
12. — E o que ocorre aos desencarnados que malbarataram os tesouros da emoção e da ideia?
13. — E àqueles que se entregam aos desequilíbrios do sexo?
14. — E àqueles que perpetram crimes?
15. — E àqueles que se entregam às extravagâncias da mesa?
16. — E àqueles que se afeiçoam ao alcoolismo?
17. — E àqueles que se empenham em delitos de maledicência e calúnia?
18. — As consequências de nossos erros se verificam apenas na forma de doenças comuns?
19. — Qual deve ser a nossa atitude perante as provas da vida?
20. — Quais as relações entre o presente, o passado e o futuro?



(Este capítulo foi psicografado por Francisco Cândido Xavier.)


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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