O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Gabriel — Mensagens familiares de Gabriel Casemiro Espejo


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Rosas de luz nos espinhos de sombra

1 Querida mãezinha, querido pai, como sempre, agasalho-me nas bênçãos com que me sustentam as esperanças.
Agradeço o carinho com que se empenham na construção de nossa vida renovada.

2 Mãezinha querida, imaginemos: bastou um traço de amor para que o seu generoso coração se refizesse com mais segurança.
Estou muito grato pelos seus gestos dissolvendo a neblina que parecia separar-nos de nossas criaturas queridas.

3 Aliás, mamãe, as lutas da querida tia Adelaide têm sido tantas, que seu filho vem procurando retribuir a ela a ternura recebida nos dias da infância.

4 Muitas vezes, alguém nos oferece a impressão de distância ou até mesmo de indiferença para conosco, e na real idade, por trás da cortina de silêncio está o sofrimento, ferindo e trabalhando os corações que amamos e que se mostram compreensivelmente distantes de nós.

5 Se houver oportunidade ou quando o ensejo venha a surgir, peço ainda diga por mim à tia querida que Jesus não lhe faltará com o apoio necessário, e que da Vida Maior se derramam bênçãos inesperadas, solucionando problemas que se nos afiguravam insolúveis.

6 Estou feliz com o seu sorriso novo, com a sua paz, colhidos na felicidade que a sua abnegação semeou.
O papai compartilha o que sinto, e ambos beijamos as suas mãos queridas que vão colocando tantas rosas de luz nos espinhos de sombra que na Terra não faltam a ninguém.

7 O abraço da nossa querida mãezinha Anna, foi igualmente meu.
Em verdade, avós não deviam tomar outros nomes que não sejam o de mães também, porque avó é mãe duas vezes, transportando consigo as bênçãos do amor com intensidade em dimensões sempre maiores.

8 Continuo agindo e aprendendo para servir melhor.

9 Mamãe, a senhora e meu pai prossigam na frente de serviço a que se adaptam.
A fé que abraçamos nos proporciona áreas imensas de realizações espirituais, as mais diversas.

10 Cada companheiro de ideal se detém no ponto em que mais se harmonize nas tarefas a realizar.
O livro e o estudo, o trabalho assistencial e a pesquisa nas demonstrações da sobrevivência, se revestem da mesma importância para a caminhada do Espírito.

11 A hora de beneficência em apoio aos necessitados é irmã daquela hora outra que se despende para acumular conhecimentos superiores.
Todos somos servidores de uma causa única: o bem eterno.

12 O essencial é não permitir que o desânimo ou a tristeza nos entorpeçam os movimentos da alma, nas trilhas evolutivas.

13 Agora, me sinto mais contente, de vez que conseguimos erradicar a hora do desalento de sobre as nossas árvores de esperança e de fé viva ante o reencontro na Vida Maior. Estamos construindo os caminhos de nossa felicidade porvindoura…
Graças a Deus, prosseguimos sem pausa.

14 Agradeço ao papai quanto faz por nós, podando dificuldades de entendimento ou removendo pedras da estrada, a fim de que não nos interrompamos na marcha…

15 Muito grato por todas as alegrias que venho recebendo de nossos diálogos em casa e de nossa confiança hoje acrescida de mais luz, peço a ambos não esmorecermos na ação a que nos empenhamos.

16 A vida é um instituto maravilhoso de paz e educação e por isso mesmo espero que o otimismo nos possua as emoções e os sonhos de progresso, em todos os dias de nossas experiências.

17 Com o coração sempre grato por todas as bênçãos de preparação que me doaram na escola bendita do lar, reúne os dois num só abraço o filho e companheiro de trabalho e de ideal, sempre e cada vez mais reconhecido,


Gabrielzinho


ANTE O REENCONTRO NA VIDA MAIOR


Premonição.

Em 1974, quando os meios de comunicações iniciaram a campanha de esclarecimentos de prevenção e cuidados a serem observados face à epidemia de meningite que já se alastrava em todo o País, causando as primeiras vítimas, observaram os pais de Gabrielzinho certa inquietude em sua sensibilidade e exageros ao fiel acatamento às instruções e conselhos divulgados pelo Ministério da Saúde, deixando de frequentar reuniões, locais onde houvesse aglomeração de pessoas, inclusive cinemas.

Um mês antes da desencarnação, pediu à sua mãezinha que procurasse nos jornais velhos, o exemplar de determinado dia que sabia conter notícias e comentários sobre meningite e seus primeiros sintomas, que ele precisava lê-los, novamente.

Para o materialista, tratar-se-ia de “ironia da sorte ou do destino”, uma vez que especificamente no caso do jovem filósofo campineiro não se manifestaram os tão apregoados sintomas, tendo ocorrido o seu trespasse em poucas horas, de forma — pode-se dizer — fulminante.


Vinculação com o Mundo Antigo.

Noutro caderno escolar, de Latim, também de 1969, encontram-se os seguintes apontamentos, grafados por Gabrielzinho quando de uma sua estada na cidade de Santos, Estado de São Paulo:

“Ao presenciar todo este esplendor da Natureza na praia, sinto alegria imensa dentro de mim, porque compreendo que esta manifestação de Deus é uma das coisas que me faz lembrar e sentir saudade daquele longínquo tempo que já se perde no espaço.

“Sinto o mar, a terra e o céu como uma das mais perfeitas paisagens que podem me colocar mais perto do mundo antigo, pois estes três elementos são os únicos que se conservam homogêneos e inalteráveis durante milênios.

“O que eu quero dizer é que sinto saudade da época que podemos considerar como sendo uma das fases mais brilhantes da Terra, da época gloriosa do Egito, em que adquiri muitos conhecimentos; da fase magnificente da Grécia, onde vivi e conheci grandes filósofos quanto Sócrates, Platão e Aristóteles; da fase brilhante de Roma, com sua organização e leis que assombraram e ainda hoje assombram o mundo.

“Embora esse mundo não fosse ainda cristão e houvesse muitas idolatrias e paganismo, isso não importa, porque o mais importante era aprender todos aqueles conceitos e poder transmiti-los aos nossos semelhantes, a fim de que pudéssemos construir um mundo melhor, mais elevado espiritualmente, no qual todos pudéssemos ser irmãos uns dos outros.”

Em outro trecho do caderno, o então jovem de apenas 21 anos de idade deixa grafado:

“O sentimento que sinto dentro de mim é tão forte, que penso que alguma força sobre-humana ou a saudade das minhas lembranças é que me impelem a escrever isso.

“Não creio seja influência ou sugestões de livros que li ou de filmes a que assisti sobre aquele tempo.

“Creio piamente ser uma reminiscência de minhas vidas pretéritas, porque tal fato se dá desde que eu era um pequeno rapaz, e começava a receber os primeiros ensinamentos na escola.

“Talvez o estudo sobre tais assuntos tenham me aguçado e despertado mais minhas memórias.”


1 — Tia Adelaide: Trata-se de D. Adelaide Casemiro, tia materna, a quem nos referimos no item 3 do Capítulo 10, acima [no livro impresso].


2 — “Muitas vezes, alguém nos oferece a impressão de distância ou até mesmo de indiferença para conosco, e na realidade, por trás da cortina de silêncio está o sofrimento, ferindo e trabalhando os corações que amamos e que se mostram compreensivelmente distantes de nós.” — Imagem belíssima esta do sofrimento estar ferindo e trabalhando os corações dos nossos parentes que são levados à conta de “sistemáticos” e dos quais costumamos guardar certa distância respeitosa.


3 — Mãezinha Anna: Gabrielzinho se refere à vovó Anna — D. Anna Gualda Casemiro, de quem tratamos no item 2 do Capítulo 5, retro.


4 — “Em verdade, avós não deviam tomar outros nomes que não sejam o de Mães também, porque avó é mãe duas vezes, transportando consigo as bênçãos do amor com intensidade em dimensões sempre maiores.” Com efeito, para as avós que conseguiram se livrar do ódio recalcado na infância e adolescência ou em vidas pregressas, é justa a colocação do Autor Espiritual, porque sem o ódio enraizado em si mesmas, elas — as avós não exercem superproteção sobre os netos para compensar a agressividade que projetaram sobre os filhos, com o que se tornam, na verdade, excelentes mães.


5 — “Continuo agindo e aprendendo para servir melhor.” — Lembrete dos mais oportunos para todos nós, principalmente para aqueles que já integram as hostes dos aposentados por tempo de serviço, absolutamente de acordo com a questão nº 683 de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec.


6 — “O essencial é não permitir que o desânimo ou a tristeza nos entorpeçam os movimentos da alma, nas trilhas evolutivas.” — Gabrielzinho alerta-nos contra um perigo a que todos estamos sujeitos quando, após nos defrontarmos com um ou outro teste, imprescindíveis todos eles à nossa evolução espiritual, nos deixamos arrastar pela vida, presas de depressão, na maioria das vezes, gravemente marcada com o uso indiscriminado de ansiolíticos e soporíferos.

Que os Bons Espíritos possam encontrar em nós terreno adequado para nos ajudarem, toda vez que tivermos que passar por um acting-out — atuação —, sempre necessário, segundo os psicanalistas, ao nosso amadurecimento emocional e, consequentemente espiritual.


Da mensagem que o Espírito de Gabriel Casemiro Espejo transmitiu aos seus pais, na noite de 10 de fevereiro de 1979, através do médium Xavier, no Grupo Espírita da Prece, em Uberaba, Minas, guardemos, finalmente, este luminoso tópico:

A vida é um instituto maravilhoso de paz e educação e por isso mesmo espero que o otimismo nos possua as emoções e os sonhos de progresso, em todos os dias de nossas experiências.”


TRECHO DE ARTIGO ESCRITO POR GABRIEL QUANDO ENCARNADO

“Quando, no silêncio da noite de Natal, levantarmos os olhos para os céus, digamos numa prece simples e sincera:

“Jesus, nesta noite em que comemoramos a Tua vinda até nós, peço-Te que abençoes nosso planeta, assim como ilumines os dirigentes de todos os países, para que possamos ser merecedores de habitarmos um mundo melhor no futuro.

“Jesus, peço-Te que a Paz e o Amor que Tu possuis, reinem em nossos corações para que possamos, realmente, compreender o Verdadeiro Amor que deve haver entre os homens.

“Pois somente amando como Tu e seguindo o Teu exemplo, é que conheceremos a Verdadeira Vida que algum dia viveremos junto a Ti e a nosso Pai.”
(Gabriel Casemiro Espejo, Noite de Natal, Alavanca, Campinas, dezembro de 1972).


Elias Barbosa


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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