O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Falou e disse — Augusto Cezar Netto


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Caminho de luz

1 Querida mamãe.
Dizem que, nos primeiros tempos do mundo, há muitos milênios, a Morte só aparecia entre os homens atendendo a chamados da Longa Vida.

2 A criatura nascia, crescia e desfrutava os bens da Terra e unicamente quando mais que centenária é que se via recolhida pela Morte para a renovação.

3 Os homens, porém, se apaixonaram pelo poder terrestre e começaram a lutar entre si.

4 Pisando o chão do planeta, não mais queriam saber dos Céus e nem da luz que a Divina Providência lhes reservava.

5 Empenhavam-se todos à guerra incessante, criando o ódio e o sofrimento, a ponto de nada mais enxergarem senão as criações dos seus próprios enganos. Não mais fitavam as estrelas, esmagavam as flores sem consideração, enodoavam as fontes e incendiavam os campos, apedrejando-se uns aos outros.

6 Diante disso, os Anjos Orientadores do Mundo foram a Deus, rogando medidas que liquidassem com semelhantes atropelos.

7 Dizem que o Senhor ouviu a queixa, pensou muito, e respondeu:
— Todos os homens e todas as mulheres na Terra são meus filhos e não posso abandonar a ninguém. Mas peçam à Morte para que, de agora em diante, traga para os Céus todos aqueles que precisem de menos trabalho na vida física. Isso poderá reacender a chama do amor nos lares terrestres…

8 Foi aí que a Morte passou a conduzir crianças e jovens na direção do Mais Além.

9 Desde então, apareceu um caminho de luz, entre o Céu e a Terra, caminho formado pelas preces e pelas lágrimas de todos os que choravam a ausência de entes queridos.

10 Colocando o coração nessa estrada aberta entre o Mundo e o Firmamento, as criaturas humanas regressaram ao culto do amor e da fé ardente em Deus.

11 Esse caminho de luz, querida mamãe, tem um nome bendito. Chama-se Saudade.


Augusto Cezar


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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