O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

Índice | Página inicial | Continuar

Emmanuel — O próprio


DOUTRINANDO A FÉ


7


O labor das almas

(Sumário)

1. Descerradas as pesadas cortinas materiais que aí na Terra nos cobriam os olhos do Espírito, experimentamos, aliado às comoções de êxtase diante da imensidade, o desejo de comunicar a verdade a todas as criaturas. Como, porém atingir semelhante desideratum?

Obstáculos inúmeros se nos antolham, avultando, o [óbice] da falta de um estabelecimento direto entre o Plano material e o espiritual, que somente poderíamos obter através de poderosa mediunidade generalizada, capaz de registar de maneira palpável todas as maravilhas do mundo psíquico. Todavia, o porvir humano nos faz entrever essa ligação mais íntima dos Espíritos, pertençam ou não ao orbe carnal.


Dificuldades da comunicação


2. Na atualidade, quase todo fato mediúnico constitui o fenômeno, o mistério, o acontecimento que exorbita das leis naturais, considerado, portanto erradamente pelos seus observadores. Daí nascem numerosas dificuldades para que muitas entidades atuem de forma sensível em vossas existências. Mas, se lhes é impossível a comunicação direta, é fácil a sua participação em vossos afazeres, estudos, pensamentos e preocupações. Os Espíritos, prepostos a esse ou àquele mister no seio da humanidade e da natureza, formam um conjunto harmonioso e muito maior do que julgais.

Rompido o laço que a une à matéria, um dos primeiros pensamentos da alma é para os seres queridos que ficaram a distância, e a ansiedade de reve-los constitui um dos mais santos objetivos de suas aspirações. Nem sempre isso lhes é permitido, porquanto uma ordem indefectível preside às leis cósmicas que são as leis divinas. Fazem tudo, porém, para que se tornem dignas da confiança superior, e é assim que inúmeras criaturas desencarnadas se entregam em vossos ambientes, a misteres dignificantes e redentores.


O trabalho dos Espíritos


3. Em vossa vida, tomam parte as entidades do Além: sem que as vejais, perambulam em vosso meio, atuam em vossos atos, sem que os vossos nervos visuais lhes registem a presença.

Edificante é observarmos o sacrifício de tantos seres evoluídos que se consagram a sagrados labores, no planeta das sombras, quais os da regeneração de individualidades obcecadas no mal, operando abnegadamente a serviço da redenção de todas as almas, atirando-se com destemor a tarefas penosas, cheios de renúncia santificadora.


Necessidade do sacrifício


4. Fora da carne, compreende-se a excelência da abnegação e do sacrifício a prol de outrem. A maioria das nossas obras pessoais são como bolhas de água sabonada que se dispersam nos ares, porque, visando o bem-estar e o repouso do “eu”, têm como base o egoísmo que atrofia a nossa evolução. Toda a felicidade do Espírito provém da felicidade que deu aos outros, todos os seus bens são oriundos do bem que espalhou desinteressadamente.

Compreendendo essas verdades, muitas vezes após as transformações da morte, não as assimilamos tardiamente, porque, de posse das realidades próximas do Absoluto, concatenamos as nossas possibilidades, laborando ativamente, na obra excelsa do bem comum, do progresso geral e encontrando, assim, forças novas que nos habilitam a merecido êxito em novas existências de abnegação que nos levarão às Esferas felizes do Universo.

Venturosos são os raros Espíritos que sentem a excelsitude dessas verdades na vida corporal. Sacrificando-se em benefício dos semelhantes, experimentam, mesmo sob a cruz das dores, a suave emoção das venturas celestes que os aguardam nos Planos aperfeiçoados do Infinito.


Desenvolvimento da intuição


5. Faz-se mister, em vossos tempos, que busqueis desenvolver todas as vossas energias espirituais, forças ocultas que aguardam o vosso desejo para que desabrochem plenamente. O homem necessita das suas faculdades intuitivas, através de sucessivos exercícios da mente, a qual, por sua vez, deverá vibrar ao ritmo dos ideais generosos.

Cada individualidade deve alargar o círculo das suas capacidades espirituais, porquanto, poderá, como recompensa à sua perseverança e esforço, certificar-se das sublimes verdades do Mundo Invisível, sem o concurso de quaisquer intermediários. O que se lhe faz, porém, altamente necessário é o amor, o devotamento, a aspiração pura e a fé inabalável, concentrados nessa luz que o coração almeja fervorosamente: esse estado espiritual aumentará o poder vibratório da mente e o homem terá então nascido para uma vida melhor.


Emmanuel



Texto extraído da 1ª edição desse livro.

Abrir