O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Entre irmãos de outras terras — Autores diversos — F. C. Xavier / Waldo Vieira


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Frutos verdes

1 O espírita, herdeiro de conhecimentos superiores, esbarra com ressentimentos e mágoas, nutrindo atitude perfeitamente nova quando posta em confronto com a de outros princípios religiosos.

2 Admitindo a continuidade da vida, além da morte, não recebe ofensores à maneira de inimigos ou irresponsáveis. Acolhe-os como sendo companheiros transviados que é preciso recuperar para o bem.

3 À face disso, assaltos morais apresentam para ele importância relativa, conquanto lhe doam nos brios.

4 Por que alimentar ódio a alguém, se está convicto, pela lei da reencarnação, de que esse alguém se lhe pode abrigar nos braços, na feição de um ente querido na equipe familiar?

5 Por outro lado, não pode ignorar o mal de que foi objeto, certo quanto se acha da lei de responsabilidade individual. 6 Daí o comportamento equilibrado que as circunstâncias lhe sugerem: serenidade sem indiferença, dentro da qual reconhece que não lhe adianta perder tempo com pesares ocultos ou reclamações descabidas.

7 Com isso, recolhe todas as manifestações de injúria, maldade, agressividade ou incompreensão dos outros, com a tranquilidade do cultivador que recebe de um companheiro vastas coleções de frutos verdes, para os quais não há colocação na área de seus interesses.

8 E como sabe que o responsável pela produção se esmerará em fornecer-lhe frutos maduros, em tempo adequado, espera por eles com paciência.

9 Por essa razão, se o espírita lança mão de algum desforço perante ataques do caminho, essa desforra é sempre a resposta do serviço mais eficiente a todos os desafios de que foi alvo. Recordemos isso, à frente de agravos ou menosprezos.

10 Para nós, as palavras do Cristo ( † ) “amai os vossos inimigos” e “orai pelos que vos perseguem e caluniam”, não significam carta-branca aos irmãos que se chafurdaram no mal e nem nos determinam exibir suposta superioridade diante deles. Querem claramente dizer que não devemos cortar os fios de amor fraternal que nos identificam uns com os outros, conferindo-lhes o direito de serem responsáveis pelos erros que praticam e que nos cabe envolvê-los nas vibrações restauradoras da prece, prosseguindo, de nossa parte, na construção imperturbável do bem, que renderá sempre luz e verdade, alegrias e bênçãos para eles e para nós.


Kelvin van Dine



(Silver Spring, Maryland, EUA, 10, junho, 1965.)


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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