O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Doutrina e aplicação — Autores diversos


17


No serviço do Senhor

1 NÃO basta, meus amigos, converter o Espiritismo num aparelhamento complexo de afirmações doutrinárias para realizarmos a tarefa conferida às nossas mãos nos tempos que ocorrem.

2 Não basta enfileirar princípios e amontoar teses complicadas no campo da ciência, da filosofia, da religião. É indispensável viver a Espiritualidade Maior, portas adentro da luta a que fomos chamados.


3 Não nos encontramos, desencarnados e encarnados, a serviço de programas verbalísticos, de plataformas e promessas sem expressão substancial.

4 Lamentável seria se fôssemos convocados à mera criação de processos dogmáticos, organizando novos movimentos de separatividade.


5 O Espiritismo que nos reúne os corações e as energias é iniciativa libertadora de consciências.

6 Nosso lema, ainda e sempre, é aquele novo mandamento do “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. ( † )


7 A escola doutrinária está repleta de instrutores e servos, de mordomos e trabalhadores incontáveis, entretanto, Jesus é, acima de tudo, o nosso Mestre Divino.

8 Não temos, desse modo, outra fonte de lições, outro manancial de princípios fundamentais.

9 Compete-nos, tão somente, aliar sentimentos e raciocínios, movimentando as nossas mãos a serviço do Supremo Bem.


10 Descuidados e felizes no refúgio de vossas possibilidades individuais, limitados à esfera imediata onde situais vossas esperanças do momento, mal percebeis a onda renovadora que vos ameaça, tempestuosa e violenta.


11 O materialismo dissolve os mais sublimes sacrifícios que a Espiritualidade levantou na crosta do mundo.

12 Subterrânea guerra de ideologias eleva-se em todos os setores da evolução social e doméstica.

13 Atritos gigantescos, no domínio do pensamento, trazem perspectivas de soçobro, de angústia e crise.

14 De mãos sangrando ainda, da luta em que perdeu patrimônios sublimes da civilização, a humanidade não ensarilhou as armas do ódio, da vingança, do despotismo.


15 Nossas palavras permanecem aquém dos mínimos conceitos da realidade moderna.

16 Entretanto, é neste minuto atormentado que somos trazidos à arena dos princípios, para consagrar-nos à reconstrução do templo sagrado do Espírito.


17 Não vos iludais. Trabalho enorme aguarda-nos as mãos na sementeira de amor cristão, da fé viva e da concórdia.
Não fomos convocados em vão ao movimento libertador.


18 E, enquanto o intelectualismo da Terra faz o serviço de inteligência dos partidos e da política simplesmente humano, levaremos a efeito o serviço do amor de Jesus, convictos, porém, de que semelhante tarefa exige esforço, sacrifício e renunciação.


19 Para a execução dessa tarefa salvadora unamo-nos em torno da paz espiritual que semeia com o Cristo para a eternidade.

20 Certamente seremos defrontados por pedra e lama, espinhos e trevas.
A incompreensão sempre se mantém a postos para destruir os realizadores da Verdade Suprema e do Infinito Bem.

21 Todavia, irmanados, no templo da Revelação Nova, onde o nosso cântico de adoração é o hino do trabalho incessante, constituiremos com o Mestre Divino aquele “Sal da Terra” ( † ) destinado a condimentar a alegria de viver.


22 Não nos descuidemos no setor de luta onde fomos colocados pelos Supremos Desígnios e firmes no ideal de servir em nome do Senhor, esperemos em sua misericórdia, cooperando no bem e ensinando a verdade, acendendo a luz da esperança e destruindo as sombras do mal, enriquecendo o Céu do novo entendimento e esvaziando o inferno da ignorância, confiantes na Bondade do Supremo Senhor, para cuja Sabedoria Infinita até os cabelos de nossa cabeça estão contados. ( † )


Emmanuel


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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