O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Cartilha da Natureza — Casimiro Cunha


A grande fazenda


“E ele repartiu por eles a fazenda.” — JESUS (Lucas, 15.12)


1 A Natureza é a fazenda vasta que o Pai entregou a todas as criaturas. Cada pormenor do valioso patrimônio apresenta significação particular. A árvore, o caminho, a nuvem, o pó, o rio, revelam mensagens silenciosas e especiais.

2 É preciso, contudo, que o homem aprenda a recolher-se para escutar as grandes vozes que lhe falam ao coração.

3 A Natureza é sempre o celeiro abençoado de lições maternais. Em seus círculos de serviço, cousa alguma permanece sem propósito, sem finalidade justa.

4 Eis a razão pela qual o trabalho de Casimiro Cunha se evidencia com singular importância. O coração vibrátil e a sensibilidade apurada conchegaram-se a Jesus, para trazer aos ouvidos dos companheiros encarnados algumas notas da universal sinfonia.

5 Esta cartilha amorosa relaciona, em rimas singelas, alguns cânticos da fazenda divina que o Pai nos confiou. Envolvendo expressões na luz infinita do Mestre, Casimiro dá notícias das cousas simples, cheias de ensino transcendental. No relatório musicado de sua alma sensível, o milharal, o pântano, a árvore, o ribeiro, o malhadouro, dizem alguma cousa de sua maravilhosa destinação, revelando sugestões de beleza sublime. É o ensino espontâneo dos elementos, o alvitre das paisagens que o hábito vulgarizou, mas se conservam repletas de lições sempre novas.

6 O trabalho valioso do poeta cristão dispensa comentários e considerações.

Entregando-o, pois, ao leitor amigo, não temos outro objetivo senão lembrar a fazenda preciosa que se encontra em nossas mãos.

7 A Natureza é o livro de páginas vivas e eternas.

Em abrindo a cartilha afetuosa de Casimiro, recordemos Aquele que veio à Terra, começando pela manjedoura; 8 que recebeu pastores e animais como visita primeira; 9 que foi anunciado por uma estrela brilhante; 10 que ensinou sobre as águas, orou sobre os montes, escreveu na terra, transformou a água simples em vinho do júbilo familiar; 11 que aceitou a cooperação de um burrico para receber homenagens do mundo; 12 que meditou num horto, agonizou numa colina pedregosa, partiu em busca do Pai através dos braços de um lenho ríspido e ressuscitou num jardim.

13 Relembremos semelhantes ensinos e recebamos a fazenda do Senhor, não como o filho pródigo que lhe desbaratou os bens, ( † ) mas como filhos previdentes que procuram aprender sempre, enriquecendo-se de tesouros imortais.


Emmanuel


Pedro Leopoldo, 20 de Maio de 1943.


Texto extraído da 2ª edição desse livro.

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