O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Cartilha da Natureza — Casimiro Cunha


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O barro e o oleiro

  1 É um exemplo de bondade
O esforço nobre do oleiro,
Cuja grande atividade
Tem a base no lameiro.


2 Muitos sentem aversão
Por sua tarefa hostil,
Dedicada, dia e noite,
Ao barro nojento e vil.


3 Seu trabalho é quadro rude
Que a lama invade e não poupa,
É barro, por toda a parte
No rosto, nas mãos, na roupa.


4 Seu serviço é tão ingrato
Junto à massa indefinível,
Que a tarefa mais parece
Um sofrimento invencível.


5 Mas todo barro mais pobre,
Ao toque do seu amor,
Fornece os vasos divinos
De formosura e valor.


6 Quanto mais tempo e trabalho,
Mais triunfa, mais se ufana…
E vemos a lama escura
Transformada em porcelana.


7 Além dessas joias raras
De sublimes expressões,
É o oleiro quem dá corpo
As vossas habitações.


8 O tijolo faz a casa,
A telha cobre a mansão,
O homem ganha o seu lar
Que é templo do coração.


9 Nas estradas de miséria,
Não mais éramos que lama,
E eis que o Mestre no Evangelho
Nos esclarece e nos chama.




10 O Cristo é o Divino Oleiro
Que opera com perfeição;
Somos nós o barro vil,
Guardado na sua mão.


Casimiro Cunha


Texto extraído da 2ª edição desse livro.

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