O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Augusto vive — Augusto Cezar Netto


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Juventude e tóxicos

1 E o distinto amigo me pergunta o que fazer para que os seus filhos não venham a cair na rede dos tóxicos.
Queria eu também saber a fórmula disso. Entretanto, estou em neca no assunto.
Sei que há muita gente nessa marcaçãon

2 Muito considerado coloca a moçada no farol baixo, faturando sucesso nos crás-crás-crás, esbravejando contra os derrotados da erva mágica.
Realmente, esses benfeitores são amigos gabaritados para dar as pancas, mas engrossam tanto a mandioca, sovando o lombo das turmas, que acabam enterrando o time e muitos meninos entram na canoa, fascinados pela tentação.

3 Xingatório quase sempre é pala furada, virando convite na paróquia.
E o cordão dos xibabeiros cada vez aumenta mais.

4 Pra dar uma de correto na resposta que o senhor espera deste seu servidor, creio que será uma atitude bacana de sua parte, se puder, fornecer qualquer de boa conversa aos seus garotos, em horário de sossego no tempo de cada dia.

5 Claro que os pais, se puderem, não devem deixar os filhotes necessitados, sem a grana possível para o indispensável, mas pra lá do metal ou do papel supervalorizado, convém premiar o pessoal verde com os recursos do carinho e da atenção, para a troca de ideias, coração a coração ou cara a cara.

6 Se os filhos quiserem contar o que fizeram com os pés, em algum passeio; se estraçalharem queixas sobre o time deles, maldizendo o guardião que terá engolido alguma penosa; se fizerem referências ao que viram na gafieira ou se ficarem gamados com papagaios, cachorros, selos, chaveiros e os cambaus, que sejam ouvidos sem desconsideração. Se comentarem tópicos desse ou daquele filme sensacional, especialmente dos que forem proibidos para menores, ou se pregarem na parede do quarto retratos de astros ou estrelas do cinema ou da televisão, seja elegantemente vestidos ou segundo a moda Adão e Eva no paraíso, que ninguém de casa deite falastra. E se quiserem casar mais cedo, mesmo na base do “seremos felizes numa cabana”, para depois suar nas profissões difíceis, a fim de conseguir casa melhor, que se casem com a bênção de Deus e com quem melhor lhes pareça.
Qualquer emenda virá depois.

7 Conforme é de notar, o pior é tampar a moçada com o balaio da violência, rotulada de bons conselhos.
Quando isso acontece, é uma fuga geral para os inferninhos. E dos inferninhos qualquer cara sai desbaratinado.

8 É pegar no fumete ou na prisa e adeus vida.
Então, será difícil a volta.

9 Creio que se o senhor descer diariamente de suas preocupações para escutar as aventuras e as doidices de seus rapazes, eles aprenderão a subir até as alturas, onde o senhor já consegue viver.

10 Em suma, procuremos divulgar amor e compreensão, evitando compulsões e neuroses e estejamos na certeza de que, assim, as drogas viverão acomodadas nas farmácias ou descansando, afinal, no pó dos museus.


Augusto Cezar



[1] Obs. Para melhor compreensão de algumas expressões utilizadas pelo autor espiritual vide Glossário de gírias.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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